Foram mais de 18 mil ocorrências de roubo de cargas no Brasil em 2019, segundo relatório da NTC&Logística. Apesar de alarmante, o número é 17% menor do que o registrado em 2018.
Com essas ocorrências, o país acumulou aproximadamente R$ 1,5 bilhão em prejuízos e segue na liderança do ranking mundial de roubo de cargas (atrás apenas de países em guerra).
O Sudeste concentra 84% das ocorrências, sendo que os estados do Rio de Janeiro (com 40,56%) e São Paulo (com 39,85%) são líderes absolutos nesta modalidade de crime, ultrapassando a marca de 80%.
Em 2020, os registros somam cerca de 900 ocorrências, demonstrando uma redução de 35% nas perdas do segmento.
Esses dados revelam o quanto é importante investir em medidas que controlem as suas cargas e dêem segurança ao seu processo logístico. Mas como?
De acordo com estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, existe uma retração de 19% no roubo de cargas em 2020 em comparação a 2019: foram 4.240 ocorrências de janeiro a setembro deste ano ante 5.235 no mesmo período de 2019, sendo que o setor de alimentos representa, em 2020, 22% dos casos.
Somente no estado de São Paulo, entre janeiro e setembro do ano passado, foram mais de 1.400 ocorrências no setor de alimentos.
Diversas medidas contribuem para essa diminuição, dentre elas:
Voltando o olhar para o setor de alimentos, o frigorificado – especialmente carnes, pescados e laticínios – é o mais afetado.
O segmento representou 40,93% das perdas de janeiro a setembro de 2020, algo em torno de 250 ocorrências apenas no estado de São Paulo.
A alta demanda por alimentos, o aumento do desemprego, o rápido escoamento – mesmo que sem o devido acondicionamento – e o grande número de possíveis receptadores elevam as cargas frigorificadas ao topo do ranking de abordagens e perdas.
Operações frigorificadas têm alto grau de complexidade e são extremamente robustas, mas devido ao baixo valor agregado ao produto – exceção feita aos itens premium – recebem menores investimentos em protecionais se comparadas a setores como eletrônicos e medicamentos.
Um exemplo são as operações de distribuição, extremamente complexas e ágeis, em que uma grande dificuldade das empresas está em equalizar os investimentos em gestão de riscos de forma inteligente, reduzindo a sinistralidade.
Já nas operações de longo curso, o desafio está em trazer soluções para as movimentações com diversos pontos de origem e destino, nas quais cada produto tem um perfil diferente, sendo mais ou menos atrativo em cada região.
Entender cada parte do território em que será realizado o transporte é essencial ao processo para definir a forma adequada de agir.
É neste momento que buscar o parceiro ideal, com conhecimento de longo prazo, faz toda a diferença.
É então que você precisa de uma gerenciadora de risco com grande expertise, com volume no segmento e que se dedica diariamente a inovar, criando e melhorando suas ferramentas e trazendo segurança, agilidade, simplicidade e acessibilidade por meio de soluções e investimentos com grandes resultados à cadeia de transportes frigorificados.
A gestão de riscos ideal é realizada de forma específica com estudo completo do segmento, aplicando medidas customizadas para cada tipo de carga e para cada destino.
Tudo começa com uma boa contratação e, apesar da baixa fidelização de profissionais nestas operações, é necessário conhecê-los bem.
Etapa importante do processo é realizar uma entrevista prévia com os motoristas.
Outro detalhe fundamental é ajudá-los a entender sua importância para a cadeia de transporte e na gestão de riscos, fazendo com que se sintam parte do negócio.
Devido às grandes distâncias é possível utilizar as ferramentas de EaD, seja via desktop ou via aplicativo, para treinamento remoto dos motoristas.
Mesmo antes da pandemia – e ainda mais agora – vemos a eficácia da utilização de uma ferramenta consistente e madura no aprendizado dos motoristas.
Passadas as etapas iniciais de contratação e capacitação, entra a fase de checagem e orientação, que deve ser realizada por um time operacional, ligado diretamente à gestão daquele embarque.
Nesta checagem devem ser verificadas eventuais dificuldades do motorista ao receber o plano de viagem, como rotas, pontos de apoio etc.
Realizado a distância, trata-se do briefing com os motoristas antes do início efetivo da viagem, com critérios gerais e específicos de cada operação.
É importante que a gerenciadora escolhida entenda o perfil e cada particularidade do segmento, conhecendo detalhes de onde os problemas tendem a ocorrer, acompanhando o mercado e criando ações e medidas específicas.
Um exemplo é o Rio de Janeiro, que possui particularidades em cada bairro.
A geografia pode facilitar ou dificultar o escoamento, abordagem e recuperação de uma carga. Certificar-se que o motorista pode seguir ao ponto de entrega e que não ficará aguardando é um diferencial.
Outra regra importante é ter tecnologia embarcada, restringir horários coincidindo com os de maior policiamento etc., sempre observando o perfil do produto e o que deve ser feito para que a entrega efetivamente ocorra.
Em São Paulo, por exemplo, garantir o tráfego seguro por meio de uma central especializada no segmento, com a capacidade aumentada de detecção por sistemas integradores – mas que não sejam puxados e sim empurrados – faz diferença.
O sistema já está disponível nas melhores empresas do mercado e, por ser gameficado, gera desafios aos operadores que resolvem cada alerta da operação de forma rápida e eficaz.
Sistemas que mapeiam o histórico da sinistralidade de determinados locais com determinados produtos e priorizam automaticamente as ações, trazendo velocidade e eliminando falsos positivos, também já fazem parte do nosso cotidiano e são cada vez mais importantes para a tomada rápida de decisão.
Na distribuição, profissionais que realizam as instruções e mudam a operação diariamente, retirando a previsibilidade dos criminosos, ou seja, fazendo com que nunca se saiba qual será a ordem da entrega, o valor da mercadoria ou se o veículo será ou não acompanhado, afasta quadrilhas pela incerteza provocada. Tudo isso é resultado de um bom programa de gerenciamento de riscos aliado à tecnologia e softwares inteligentes.
As mudanças têm que ser contínuas.
Comitês e reuniões são sempre necessários para garantir o bom planejamento e para alinhar com os clientes e a equipe de gerentes a melhor estratégia para determinado momento, aplicando o recurso certo no momento certo.